sábado, 14 de julho de 2012

Tenho uma confissão a fazer

Preparados? Aqui vai... Eu não gosto de gatos.
Não gosto, pronto! Mas antes de me lançarem pedras e de me atirarem com archotes a arder, deixem-me ao menos explicar o porquê desta minha implicância tão pessoal:
A minha vizinha tem um gato. Quer dizer, a minha vizinha devia ter um gato, porque na verdade não é bem ela que o tem... O gato é, a bem dizer, da vizinhança inteira. E eu, que toda a vida berrei, esperneei e implorei para ter um cãozinho e nunca me foi feita a vontade, vejo-me agora forçada a ter um gato que nunca quis. Se eu movesse em tribunal uma acção contra o gato da vizinha tinha imensas provas para apresentar ao advogado. Ora atentem:
- O gato da vizinha caminha em cima do nosso carro acabadinho de lavar, deixando as marcas das suas imundas adoráveis patas.
- O gato da vizinha já por mais que uma vez foi abocanhar as postas de bacalhau que a minha mãe tinha deixado a demolhar numa bacia.
- O gato da vizinha deita-se em cima das cadeiras de verga do pátio. Note-se que ele não escolhe uma qualquer, opta precisamente pela que tem um forro amarelo (e que fica, obviamente, todo badalhoco).
- O gato da vizinha faz xixi nos canteiros que a minha mãe arranja com tanto cuidado.
- O gato da vizinha não se limita a fazer apenas o seu xixi no nosso jardim ("ah e tal, os gatos são tão limpinhos!" Pois são, então não são?)
- O gato da vizinha entra-nos em casa quando apanha uma janela aberta, o que faz com que eu veja vultos a passar no corredor quando estou sozinha em casa. (Nota: mãe, se eu morrer de ataque cardíaco um dia destes não te esqueças de pedir uma indemnização à vizinha).
- Devido ao ponto mencionado acima, temos extrema dificuldade em pôr a casa a arejar... Por causa do gato da vizinha.
- O gato da vizinha faz-me fazer figuras estúpidas, porque dou por mim a medir forças com ele através de olhares maléficos. Juro que acho que até já lhe rosnei. O próximo passo e começar a ladrar-lhe.
- Pior de tudo: o gato da vizinha atirou ao chão a gaiola do meu canário e matou-o. O meu canário era lindo, chamava-se Girassol e cantava muito.

Eu até nem gosto de dramatizar: o carro lava-se de novo, o forro também, o xixi se calhar até tem propriedades nutritivas para as plantas, ninguém morreu de fome por causa de uma posta de bacalhau a menos e com as janelas fechadas não entra gato nem entram moscas, o que até é muito agradável... Mas, caramba, eu gostava mesmo daquele canário!

Por isso, gatos para mim são como jogadores de futebol: muito agradáveis à vista, mas eu não queria um para mim nem dado (o Xabi Alonso não conta, como é óbvio).

2 comentários:

  1. tadito do canário! Eu até gosto de gatos, tenho um e sofro um bocado do mesmo problema que tu que é ter que tomar conta, dar de comer aos gatos dos vizinhos mas eu até nem me importo... e também roubam umas febras e umas postinhas de bacalhau de vez em quando :)

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  2. Se você ama tanto um pássaro, deve aprender que ele tem asas e é realmente feliz quando é livre.
    Amar é respeitar a liberdade dessas aves, é respeitar a criação divina que proporcionou asas para que eles possam voar livremente. Preso, não é amor ....é posse...é propriedade.

    Pense nisso com carinho, sem egoísmo.

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