quinta-feira, 31 de maio de 2012

Às vezes acho que sou uma pessoa peculiar...

...Nomeadamente quando reparo que o auge da minha concentração no estudo é atingido quando ponho a tocar músicas absolutamente PAROLAS! Se acham que estou a exagerar, vou fazer aqui uma listinha das melodias que me têm acompanhado nos meus momentos de marranço:

- Macarena
- Mayonesa
- Papi Chulo
- ...

Não preciso de dizer mais nada. E sim, fui buscá-las ao fundo do baú. Já tentei mudar, já me auto-penitenciei, já trilhei as orelhas no forno, já limpei a cera dos ouvidos, já fiz por ouvir música mais erudita, pôr a tocar aquilo que ouviria se não estivesse a estudar, mas não dá... Dão-me sono, parecem-me sempre aborrecidas. Assim consigo verdadeiramente aquilo a que chamam "Alegria no trabalho"!

(p.s: por acaso agora fiz uma pausa nessas músicas para ouvir "Train - Drive By". Mas dado que a tenho em modo repeat há cerca de uma hora e tal, não sei se isso faz de mim uma pessoa mais saudável, por assim dizer...)

(p.s2: Dado que estou a estudar para uma oral, devia começar a preocupar-me com a eventualidade de, num surto de loucura e nervos, começar a fazer a coreografia da Macarena em frente ao professor enquanto debito matéria... Acho que tinha chumbo garantido durante os próximos mil anos! Pensando bem, se calhar é melhor ouvir outra coisa...)


quarta-feira, 30 de maio de 2012

Ai estas são as filhas da naçãããooo!

Eu e uma amiga minha temos o mesmo orientador de tese de Mestrado. Ontem fomos juntas à procura dele para nos assinar a proposta de tese para a podermos entregar, porque o prazo está mesmo a terminar e nós deixámos para a última, claro está (como boas tugas que somos!). Mas não é apenas no que toca à dificuldade em cumprir prazos que honramos a nossa nacionalidade. Ora vejamos: o orientador assinou-nos o papelito e depois dirigiu-se a mim e disse "Pronto, agora quando quiser apareça aqui para falar comigo, para começarmos a trabalhar!". À minha colega não disse nada.
Saímos dali as duas com cara de caso. E de repente diz a minha colega:

- Oh pah, estou triste! Então ele a ti disse-te para apareceres quando quisesses começar e a mim não me disse nada? Senti-me excluída!

Respondo eu:

- Fogo, não me digas nada! Pareceu-me mesmo que ele me estava a querer dizer "Oh minha grandessíssima inútil, já começavas a fazer qualquer coisinha, não? Se calhar era boa ideia começares a dar corda aos patins, ou estás à espera que faça a tese por ti?"

É esta a verdadeira essência de ser português: arranjar sempre maneira de constatar que o outro está muito melhor do que nós! Isto sim, é patriotismo!

terça-feira, 29 de maio de 2012

Letras musicais duvidosas - Capítulo 3

Sabem aquela música toda melosa do Ronan Keating, a "When you say nothing at all"? Que linda, não é? Eu também acho. E vou transcrever algumas das minhas partes favoritas da letra:

"Without saying a word you can light up the dark,
Try as I may
I could never explain
What I hear when you don't say a thing"

E, claro, o expoente máximo da canção:

"You say it best when you say nothing at all"

Romântico, não é?...

Não, não é.
Se algum gajo me cantasse isto, eu juro que lhe atirava com um vaso à cabeça. Isto é simplesmente a música mais machista de sempre! Se ouvirem bem e analisarem com cuidado, com esta música ele quer simplesmente dizer "Minha querida, caladinha é que tu estás bem. Não fales, pode ser? Para lavar a louça só precisas de água e detergente. Não precisas de dizer nada. Porque afinal, meu amor... You say it best when you say nothing at all".






domingo, 27 de maio de 2012

As potencialidades que outrora tive

Em época de exames há uma coisa que uma pessoa tem mesmo que fazer (e não, não são cábulas): arranjar um local confortável e sossegado para que o acto de queimar a pestana se torne mais suportável. Ou menos insuportável, como preferirem.
Eu, durante o fim-de-semana, moro num meio rural. Com "rural" quero dizer que no terreno atrás de minha casa há duas vacas a pastar... Acho que estão a ver a ideia. Mas é bom e eu gosto, sobretudo porque a poucos kilómetros temos a metrópole e dá para aliar o melhor dos dois ambientes. Mas continuando: no pátio das traseiras temos uma rede com almofadas que representaria o lugar ideal para eu me instalar com o meu mp3 e os meus apontamentos, se não fossem... As moscas. Montes delas. Esses seres feios, chatos e nojentos. Acho que prefiro aranhas a moscas!
Claro que, se eu tivesse seis ou sete anos, isto não constituiria qualquer problema, já que um dos meus passatempos favoritos era ajoelhar-me em frente à janela da sala e capturar toda e qualquer mosca que se aventurasse a passar por lá. Apanhava-as (devia ter um qualquer talento especial, elas não me escapavam!) e o que se seguia era um lento processo de tortura às bichinhas: primeiro, tirava-lhes uma asa. Lá ficavam as pobres a andar "de banda, como o Miranda" (sempre achei esta expressão fantástica!) tentanto desesperadamente voar. Depois, como isto não me chegava, arrancava a outra asa. "Ahahahaha, agora és apenas uma espécie de formiga em tamanho grande, minha bitch!", era o que eu devia pensar. Não contente com isto, ainda lhes arrancava as patas, uma a uma, numa maldade requintada, mas inocente. Eu pelo menos gosto de pensar que era inocente... Nunca fui criança de maltratar animais, as minhas vítimas eram apenas as moscas. Era tudo em prol da ciência, certamente. Era uma pequena bióloga!
Portanto, se ainda houvesse um "eu" em ponto pequeno cá em casa, não havia mosca que ousasse aproximar-se num raio de 20 km! Mas como entretanto cresci e aprendi os sítios pelos quais as moscas gostam de andar, deixei-me disso. Só vos digo que a criança que há em mim deve estar super decepcionada comigo...

sábado, 26 de maio de 2012

Porque os carros também têm direito ao amor!

Hoje o meu carro levou no rabinho. Que é como quem diz, bateram-lhe por trás. Ainda por cima foi uma verdadeira menáge, quatro carros num verdadeiro enrabanço (perdoem-me o palavreado menos próprio, mas foi o que pensei quando vi aqueles veículos todos coladinhos uns aos outros). Mas pronto, menos mal, ninguém se magoou. Ah, e querido carrinho, eu não me importo que tenhas enveredado por essa opção sexual, a sério que não. Claro que preferia que praticasses a abstinência, era mais seguro para mim, para ti e para a minha carteira. Mas pronto, de vez em quando (assim, de quinze em quinze anos) podes cometer uma loucura destas, com responsabilidade e sem consequências graves, porque também tens direito a ter as tuas aventuras amorosas. Mas com uma condição: Tens de ser sempre o elemento passivo, ok?

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Princípios pelos quais se rege a minha vidinha - Capítulo 3

Mousses, cremes, arroz doce e afins são para ser comidos com colher de chá, que é pequenina mas trabalhadora! E só assim é que me sabem meeeeesmo bem. Portanto, homens deste país, não desesperem. Isto é a prova de que o tamanho não importa, desde que se saiba manusear o instrumento. Pelo menos no que toca a colheres.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Senhores da Olá: eu ofereço-me para baptizar os vossos gelados, está bem?

Está um calor do caraças hoje! E se eu quisesse passar a imagem de moça ultra saudável e cuidadosa com aquilo que come, podia vir para aqui dizer "Aaaaiii, com este calor só penso em água gelada e saladinhas de fruta! Hmmm, o que eu não dava agora por uns moranguinhos frescos, um requeijão com tomate cherry, um sumo de melancia natural!". Pois é, só que isso seria desonestidade e eu sempre ouvi dizer que isso é feio. Na verdade, o que me passa pela cabeça nestes dias é: coca-cola e gelados.
Vai daí que lá foi esta que vos escreve alapar-se numa esplanada, prontinha para pedir a sua coca-cola com gelo e limão. Mas depois olhei em volta... E foi aí que a vi. Brilhando ao sol e com uma aura luminosa à sua volta, lá estava ela: a capa dos gelados! A atracção deve ter sido mútua, porque juro que a vi a lançar-me olhares libidinosos e a fazer-me "psst, psst, anda cá, oh boa!". De modos que levantei o rabiosque e lá fui eu, não ia dar tampa à pobre capa, coitadinha.
Varri a dita cuja com o olhar  e detive-me no novo Cornetto. Nata, chocolate e morango. Parece-me muitoooo bem, é este mesmo que vou pedir. Leio o nome.

Cornetto Devils and Angels.

Devils and Angels?! Pelo amor da Santa!! Senhores da Olá, vocês acham mesmo que eu me vou virar para o empregado do bar e dizer "Olhe, quero um Cornetto Devils and Angels, se faz favor!". Para já porque acho uma descriminação muito grande. E quem não sabe falar inglês, pede o quê, hmm? E depois porque, oh pah, é estúpido! E depois faço o quê? Pisco o olho ao moço e passo a língua nos lábios? "Devils and Angels", uuuuh! Que sensual! Que parolo.

Posto isto, das três, uma: Ou a malta vai andar por aí a pedir gelados com nomes ridículos, ou vai demorar 10 minutos a fazer o pedido "Olhe, quero aquele Cornetto, 'tá a ver? O segundo a contar da esquerda! Não, não é dessa esquerda, da outra! Aquele com umas coisas de morango em cima! Não, não é o de morango, é o outro! Mas também tem morango!", ou faz como eu fiz hoje quando voltei para a mesa e chegou o empregado:

- Olhe, era uma coca-cola com gelo e limão, se faz favor.

    É uma pena... Tem tão bom aspecto...

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Dia Mundial da Tartaruga

Pois é, se não sabiam ficam a saber! Hoje, dia 23 de Maio, comemora-se o Dia Mundial da Tartaruga! E eu, que gosto de bichinhos (e em homenagem à Liliputh, a tartaruga que tive quando tinha oito anos) faço questão de homenagear a espécie! Portanto, hoje estou muitooooo preguiçosa. E a andar muitoooooo lentamente. Aliás, o meu armário das mercearias está a pedir abastecimento urgente (vejam lá vocês que nem sequer tenho atum! Quão grave é um estudante universitário não ter atum em casa? Nem uma latinha! É deveras catastrófico) e mesmo assim recuso-me terminantemente a percorrer à pata os 200 metros que me separam do Pingo Doce. Bem, admito que esta parte não se deve apenas à preguiça... Confesso que ando com bastante medo que eles de repente façam uma campanha que consista em, sei lá, 50% de desconto em preservativos, ou assim... Numa cidade com milhares de estudantes jovens e loucos, juro que é um cenário que me mete medo. MEDO, percebem? Imagino mortos, feridos e cópulas em pleno supermercado. Mas enfim, adiante. Ia eu a dizer que hoje estou a homenagear as tartarugas... Mas pensando bem, vendo por este prisma eu já homenageio as ditas cujas todos os dias (Quercus, já saía daí um prémio qualquer aqui para a menina, hmm?)

E o dia mundial da lagartixa, há? Vou averiguar isso. Se não houver, juro que fico chateada. Eu gosto de lagartixas.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Felicidade é...

- Comer farinheira assada com broa (farinheira dá mil a zero aos outros enchidos!);
- Ir aos saldos quando eles ainda estão no início (ou seja, quando ainda há roupa de jeito e não parece que as lojas foram palco de uma guerra mundial);
- Dormir de nariz destapado (desculpem lá a insistência nas questões respiratórias, mas se as vossas narinas andassem há uma semana a dizer uma à outra "ora agora tapas tu, ora agora tapo eu" também tinham bastante necessidade de falar sobre isso);
- Apanhar pielas porreiras, daquelas que não dão ressaca nem fazem fazer figuras (demasiado) tristes;
- Perder um ou dois kilinhos;
- Comer uma tablete de chocolate inteira sem remorsos porque se perderam esses kilinhos.

Nota 1: Este post não foi escrito em vão e é provável que comecem a aparecer por aqui mais listas semelhantes a esta. É que estou prestes a entrar em época de exames da faculdade e vou precisar de ir enumerando coisas destas, para me lembrar que a vida é muito bonita e seria estupidez cometer suicídio.

Nota 2: Lembrei-me agora que há anos que não posso ir aos saldos quando eles estão no início, porque isso corresponde exactamente àquelas alturas do ano em que estou... Em época de exames! Posto isto, alguém me arranja uma caixinha de Prozac?

Diz-se por aí que tenho gostos estranhos...

Se virem por aí uma cachopa num qualquer café a pedir uma garrafa de coca-cola, a servir-se para o copo e a agarrar-se avidamente a ele com ar de louca, tentando beber a espuma antes que ela vá à vida... Muito provavelmente, sou eu. Digam o que disserem, a espuma é a melhor parte da coca-cola.

(E para quando festas da espuma com espuma de coca-cola, hein? Eu transformava-me logo numa rapariga muito mais ramboieira, não faltava a uma!)



E passados mais de 15 anos...

Voltei a fazer vapores.
E veio-me à memória o velho fogão da casa da minha infância, onde a minha mãe punha água a aquecer das muitas vezes que o meu nariz teimava em tapar. E eu subia para um banco e lá ficava, quieta e infeliz, a levar com todo aquele calor húmido na cara. Passados poucos minutos já me estava a debater e a dizer que não queria, numa batalha apenas comparável às birras que fazia quando me obrigavam a comer sopa de agrião. E a minha mãe, sempre paciente, colocava-me uma manta sobre costas, punha-me o braço à volta dos ombros e dizia "Isto faz tão bem que até vou ficar aqui contigo a fazer também, vês?". Eu lá ficava, vencida mas não convencida, até ao momento em que decidia "não faço mais". E ela negociava, com a doçura que só as mães têm: "só mais dez respirações, está bem? Vá, uma... Duas..."

Hoje, de nariz tapado há mais de uma semana, fiz por esquecer o meu ódio de estimação pelos vapores e decidi viajar até ao passado. Desta vez fui eu que pus a água a aquecer. Desta vez não precisei de banco para chegar ao fogão (o fogão é que está a precisar de um banco bem alto para chegar a mim). Desta vez a minha mãe não estava cá em casa para me pôr a manta sobre as costas, mas aposto que poria na mesma, se estivesse. E certamente que me acompanharia na demanda, para que eu não tivesse de enfrentar o sacrifício sozinha. Mas aquela sensação tão boa de reconquistar a liberdade para respirar é a mesma.

E assim é o encanto das pequenas coisas. Vou agora dormir, de nariz destapado e coração quentinho. Os malditos vapores, afinal, até deixaram muito boas recordações...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Não gosto...

Que me façam perguntas formuladas na negativa. Por exemplo: "Não vais levar essas calças vestidas, pois não?". Soa-me sempre a "c'orroooor, se vestires isso vais ficar super pirosa, não faças tal coisa!". Além de que é constrangedor, não só para nós mas também para quem pergunta, ter de responder: "Olha, por acaso até vou, acho que são tão giras! Porquê, não gostas?". A sério, uma gaja até se sente mal por responder o contrário daquilo que a outra pessoa espera, ainda que esteja em pleno direito de o fazer. E soa-me sempre a recriminação, ou a ameça... "Não vais, pois não?...". Grrr, irrita-me!


sábado, 19 de maio de 2012

Ainda sobre o ranho

Cheguei àquela fase em que o acto de me assoar já não é uma necessidade. É uma forma de vida.

O crime nem sempre compensa

Aqui por estas bandas, esta luminosa e soalheira tarde de Sábado está a ser passada a fazer um trabalhinho para a faculdade. Que bom, que bom. A parte boa da coisa é que já estou mesmo a acabar, só preciso de procurar uns sites supimpas para pôr na bibliografia, de forma a parecer que pesquisei tanto, tanto, tanto, que até recuperei alguns documentos da velha Biblioteca de Alexandria só para fazer este relatório (ou elaborar, vá. Elaborar é muito mais científico). Vai daí, decidi ir procurar os ditos sites na bibliografia de um trabalho do ano passado, gentilmente cedido por uma colega. Juro que não copiei o resto do trabalho, até porque nem dava, o tema base é o mesmo mas a maioria das coisas são diferentes (e mesmo que desse eu não copiaria, pois claro que não, por quem me tomais??). Mas adiante. Na bibliografia desse trabalho descobri um site que parecia ser interessante para chapar lá. Fiz copy e já estava mesmo para fazer o paste quando decidi dignar-me a fazer uma visitinha ao dito site...

... Que já não existe.

E há professores que se dão ao trabalho de ir consultar os sites das bibliografias dos trabalhos dos alunos. Juro que há. Eu já tive desses.

Obrigada, querido ataque de lucidez. Nunca me falhes, está bem?

Aaaaah, a magia de ser teenager...

Tenho o enorme privilégio de ter acesso aos perfis de Facebook de duas miúdas de 15 anos. Digo "privilégio" porque, de cada vez que vou lá cuscar, passo sempre bons momentos de lazer.
É muito divertido ver como elas comunicam com as amigas: Amam-se todas umas às outras, fazem declarações de amor a toda a hora, criam novos tipos de relação umas com as outras (uma é a "marida", a outra é a namorada e por aí em diante), dedicam fotografias e tratam-se todas por "amor". E depois é tudo deliciosamente dramático, um autêntico enredo ao melhor estilo dos Morangos com Açúcar. Passo a exemplificar:

"Joana Vanessa, eu AMO-TE e vamos ser amigas para SEMPRE! Ninguém nos vai conseguir separar, por mais que tentem, nós vamos superar TUDO! Vais ser sempre a minha marida linda, gmdt! <3"

Em primeiro lugar, temos de reparar no constante uso do Caps Lock para mostrar que aquilo que se diz é mesmo a sério e está a ser mesmo sentido! Depois, devemos atentar no "ninguém nos vai conseguir separar". Pois claro que não, quem é que está sequer interessado nisso? Mas eu compreendo, é muito mais emocionante viver uma relação proibida, contra tudo e contra todos, ao melhor estilo "Romeu e Julieta" aplicado às amizades. Nem que seja apenas na cabecinha delas. E claro está que não pode faltar a famosa sigla "gmdt" ("gosto muito de ti") nem o coraçãozinho no final.

E depois vem o pessoal dizer que "ah e tal, está na moda ser gay". Pudera! E só tem tendência a acentuar-se! E depois, quem é que garante a preservação da espécie humana? Valham-nos os chineses...

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Aos senhores que constroem os ecopontos

Vamos lá a saber: vocês querem ou não querem que a malta faça reciclagem, hein?
É que aquelas ranhuras que vocês colocam nos ecopontos azuis não estão com nada, pah! De todas as vezes que lá vou levo um saco cheio de papel e em vez de o enfiar directamente lá dentro e ir à minha vidinha, não: fico lá a tirar os papéis um a um, perdendo imenso tempo numa coisa que podia ser feita em 15 segundos. E já por mais de uma vez me aconteceu vir uma rajada de vento pertinente e levar-me alguns papéis mais pequenos das mãos e do saco, que se vão depositar onde? No meio da rua, pois claro. Portanto, andamos aqui todos a reciclar, tão lindos que somos, e depois à volta fica tudo que é um nojo. Ou então pomo-nos alegremente de rabo para o ar a apanhar a porcaria que fizemos, comprometendo a coluna e a dignidade.

Qualquer dia, num estiloso acto de irreverência (eu sou bués de rebelde, man!) vou lá com uma serra eléctrica alargar aquele buraco. Será uma espécie de desvirginização do ecoponto azul.

Agora a sério, alarguem lá aquilo!


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Tudo isto existe... Tudo isto é triste...

Tudo isto é ranho.
Um rolo de papel higiénico INTEIRO gasto ontem e hoje, só para assoar o nariz. Fora os pacotes de lenços e guardanapos.
E os espirros? Formidáveis! Desconfio que o movimento de ar que provocam bem que podia dar para suportar uma parque eólico inteiro. Já para não falar do estado do meu nariz. Nariz? Isto já nem é um nariz, é uma cereja que tenho plantada no meio das fuças. Ou melhor, um tomate cherry, que o meu nariz não é assim tão pequeno quanto isso. Daqui a nada tenho apenas duas fendas, tipo Lord Voldemort.

João Manuel, meu rico menino!

Se uma pessoa vai sozinha num autocarro da rede pública de transportes da cidade, sem bateria no mp3 nem nada para fazer, das duas uma: ou pensa na vida, ou ouve as conversas dos outros. Como hoje estava demasiado calor para levar a cabo esse nobre acto de pensar sobre o que quer que fosse (o sol desnatura-me os neurónios), optei pelo segundo cenário. À minha frente duas senhoras conversavam sobre os respectivos filhos. E eis o que apanhei:
Senhora 1: Por acaso tenho muita sorte com o meu filho. Conta-me tu-di-nho! Eu sempre lhe disse "Oh João Manuel, a mãe perdoa-te as tuas asneiras, a mãe compreende, tu tens é que partilhar sempre com mãe, isso é que a mãe quer" e ele até pode fazer as asneiras, mas chega a casa e conta-me logo! Lá nisso não me posso queixar!
Senhora 2: Pois, graças a Deus! É o que se quer!

Pois claro. João Manuel, rapaz, tu vai em frente! Não importa se insultas a tua professora de Português duas vezes por aula, uma pessoa tem de descarregar o stress de alguma maneira, não é? Mas conta sempre à tua mãe, porque contar à mãe equivale à confissão com o Padre: limpa-te os pecados, João Manuel. E se por acaso algum dia te apetecer fumar um cigarrinho ou algo mais atrás do pavilhão da escola tu não hesites, João Manuel. Mas não te esqueças de filmar para mostrar à tua progenitora, ela quer saber aquilo que tu andar a fazer, cachopo! (E a senhora acredita mesmo que o filhote lhe conta tudo, tudinho? 'Taduxa...)

Não ouvi o resto das qualidades do João Manuel porque entretanto cheguei à minha "paraige". Mas gostei da viagem. É bom ouvir uma mãe a falar assim, orgulhosa e feliz, sobre o seu rebento.

terça-feira, 15 de maio de 2012

A minha definição muito pessoal de "fazer dieta"

Comer só sopa ou salada ao jantar. Mesmo que durante o dia se enfardem três pães com Nutella e manteiga de amendoim (por acaso nunca provei tal combinação, mas desperta-me muita curiosidade), uma pratada de massa com molho de natas ao almoço e umas bolachas nos intervalinhos, se uma pessoa ao jantar fechar a boca... É dieta.

E não me digam que não, que eu mordo.

domingo, 13 de maio de 2012

Os efeitos benéficos da programação de Domingo à tarde

Toda a gente sabe em que consiste a programação de Domingo à tarde nos canais televisivos portugueses: filmes do tempo em que o Herman José ainda tinha piada ou até mais antigos que isso. Comediazinhas da treta com finais sempre iguais, geralmente sobre uma professora que consegue converter os alunos mauzões de uma escola do Bronx em anjinhos, ou sobre uma rapariga branca e rica que se apaixona por um rapaz negro e pobre. Geralmente conhecem-se porque dançam os dois hip-hop. E claro que os pais da rapariga não concordam que ela dance hip-hip, c'orror, ela devia era dançar ballet. Enfim, o costume.

Ora, eu tenho para mim que o Governo tem uma mãozinha nisto. Afinal de contas, o sol é um anti-depressivo do melhor que há. E nada chega aos calcanhares de uma tarde passada na esplanada, com um sundae de caramelo a acompanhar (sem sundae é bom na mesma e fica mais barato). Uma pessoa sai para passear e chega a casa mais bem disposta e sem tanta vontade de reclamar contra a crise, contra o primeiro-ministro e contra a vida em geral. Mas se a televisão passar filmes daqueles mesmo bons é claro que a malta, comodista como devem ser os bons portugueses, se deixa ficar em casa com um pijama velhote e uma meia a pedir pão orgulhosamente calçada, a olhar para o pequeno ecran a tarde inteira. E o Governo não quer a malta fechada em casa a reclamar da vida. Quer-nos é felizes e caladinhos, que chateamos menos. Para isso, precisamos de sair, conhecer gente, quem sabe encontrar o amor algures entre o parque de estacionamento do supermercado e a casa-de-banho pública... Conclusão: não podem passar bons programas televisivos no dia livre da maioria dos portugueses.

Note-se também que eu estou a desenvolver esta teoria directamente do meu sofá, a escassos metros da televisão, que passa neste momento um filme cujo nome desconheço, mas que tem no elenco a Michelle Pfeiffer com 15 anos a menos. E estou de pijama, só destoam as meias, que por acaso não estão a pedir pão mas até podiam estar. Quer isto dizer que a programação televisiva de Domingo à tarde também serve para estimular sadiamente as mentes criativas dos cidadãos (porque uma pessoa tem de se entreter com alguma coisa, não é verdade?). Eu estive para aqui a desenvolver esta teoria da treta, mas também me podia ter dado para engendrar o negócio da minha vida, uma cena absolutamente espectacular que me fizesse ganhar rios de dinheiro e ter pena do Belmiro de Azevedo. Era só ter seguido uma outra linha de pensamento... Mas o que interessa é estimular o cérebro! Hoje um mero texto, amanhã um plano infalível para enriquecer e ajudar a economia nacional! Viva a programação de Domingo à tarde!

sábado, 12 de maio de 2012

Eeeeh pah, é que não há pachorra!...

Cada vez mais me acontece entrar em lojas e vir logo umas das meninas dizer "Boa tarde, precisa de ajuda?", sem sequer me dar tempo de pousar os olhos em algum artigo. Mas tudo bem, eu entendo, é a crise e se calhar ganham à comissão ou então só estão a cumprir ordens dos patrões. Esboço um sorrisinho e digo "não, obrigada" e lá vou eu ver o que há de giro por ali.
Já me irrita um bocadinho mais quando pego em alguma coisa para ver melhor e salta logo uma atrás de mim "aaah, essa peça é mesmo gira, a cor fica mesmo bem na sua pele!". 'Tá beeeenheeeee! Obrigadinha, filhota. Eu até podia pegar num chapéu em forma de ananás que tu dizias na mesma que eu ficava uma beleza. Mas tudo bem, eu entendo, devido aos motivos supracitados. Volto a abrir um sorriso assim a atirar para o amarelado e finjo que sou muda.
Finalmente, escolho qualquer coisa. Uns brincos (adoro brincos!) e dirijo-me à caixa para pagar. E tem-se tornado constante vir a funcionária opinar qualquer coisa como "devia levar aquele colar, fica lindamente com esses brincos". Digo que não, obrigada, só quero os brincos. "Mas se levar o colar os brincos têm 20% de desconto! E faz conjunto!" Eh pah, NÃO QUERO! Chatas, caraças! Mas tudo bem, mais uma vez reforço que entendo, toda a gente tem que ganhar a vida.
Agora, já há outras situações que ultrapassam as que referi e que fazem saltar a leoa enraivecida que há em mim. Ora, no outro dia estava eu e o meu namorado numa conhecida loja de roupa a procurar um fato para ele. Lá andámos a mexer e a pegar até que nos detivemos num. A menina na loja, que andava por perto, veio logo dizer que "esse é muito bonito!" (e eu lá fiz o meu sorriso amarelo). Entretanto decidimos que o tecido se calhar era demasiado brilhante e fomos ver outro, também muito giro. Estávamos os dois a comentar os prós e os contras de cada fato e no momento em que eu digo ao meu namorado "este é mais desportivo... O outro é mesmo próprio para cerimónias" a voz da gaja surge, do nada "pois, concordo consigo. O outro é mais limitativo. Com esse pode combinar o blazer com umas calças de ganga e umas sapatilhas e fica muito giro!". Ora então... Não só estava a ouvir a nossa conversa como ainda se achou no direito de se meter. E aí eu deixei os sorrisos de lado, fiz a minha cara número 23, que significa "com essa cor de cabelo achas mesmo que podes mandar palpites sobre o que é giro e o que não é?", seguida da cara número 9, que diz "e se te metesses na tua vidinha, hein?" e voltei a virar costas. Agora a sério, oh pessoas!... Se fizerem estritamente o vosso trabalho e bem feitinho já estão a desempenhar de forma perfeita a vossa função. Se eu quisesse a opinião de desconhecidos sobre aquilo que visto escrevia uma carta ao Cláudio Ramos. Ou então não...

O meu grande amor pelo sushi

Oooooooora, o sushi, o sushi... É chiquíííssimo, está completamente in! É daquelas comidas que uma pessoa nem acredita que, depois de ingerida, vai percorrer o trato digestivo para se transformar naquilo em que a comida se transforma. E de certezinha absoluta que não provoca gases! Tem imenso estilo dizer "Descobri um restaurante japonês que faz o melhor sushi da cidade". Soa bem, fica bem, dá charme a quem o diz. E isto, parecendo que não, tem muito que se lhe diga! Não é qualquer prato que consegue tal feito. Por exemplo, dá um ar muito brejeiro dizer "Hoje vou ali à Mealhada enfardar um belo de um leitão". Credo, isso tem algum jeito? Bando de gordos, hão-de morrer afogados no vosso próprio colesterol! Agora, sushi é outra história. Sushi é fantástico. Sushi é um manjar dos deuses. Sushi é mesmo bom. Sushi é... Peixe cru. Vá, não me lixem, aquilo sabe a peixe cru! Mas como eu sou muito amiguinha decidi ir procurar a receita para que os amantes desta obra culinária se deleitem no conforto do lar. Ora anotem:

- 1 peixe cru (um qualquer, ide aos mercados das vossas terriolas e comprem o peixe mais fresquinho que houver, ao fim e ao cabo quando estão crus devem saber todos ao mesmo);
- Arroz;

1. Cozam o arroz muito bem cozidinho. Podem acrescentar-lhe açúcar em vez de sal, porque me pareceu que aquilo tinha um sabor meio adocicado (deve ser uma tentativa fracassada de disfarçar o sabor a peixe).
2. Tirem as espinhas ao peixe.
3. Coloquem o arroz à volta do peixe.

Bom apetite! E comam com pauzinhos, é muito mais giro!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Princípios pelos quais se rege a minha vidinha - Capítulo 2

Seco o cabelo com o termoventilador. Sempre. É muito mais rápido e deixa-me as ondas do cabelo mais definidas (este é o momento em que o meu cabelo começa a esvoaçar atrás de mim sem que haja nenhuma fonte de corrente de ar por perto). É certo que também já me fez passar algumas vergonhas e provocou bastantes gargalhadas alheias, mas eu sou muito feliz com ele e o nosso amor consegue sempre passar por cima dessas almas ruins que o querem destruir. Cabeleireiros deste meu Portugal, sigam esta minha dica!

terça-feira, 8 de maio de 2012

Médicos giros deviam ser proibidos de exercer a profissão

Pelo menos nas especialidades de Gastroenterologia, ou Cirurgia, ou Ginecologia...

Imaginem vocês que andam com umas cólicas horrorosas e precisam de ir fazer uma colonoscopia. Chegam à sala onde vai ser realizado o exame, cientes de que vos vão enfiar um tubinho pelo rabiosque acima e só essa ideia já chega para vos pôr bastante aborrecidos/as. Esse aborrecimento eleva-se ao cubo quando topam que o médico/a que vos vai enfiar o dito tubinho no dito rabinho era um maravilhoso candidato a um convite para tomar um copo depois do dito exame. Mas quem é que aguenta o constrangimento de sequer pensar em ter um date com alguém que já nos fez tal coisa? Que já nos viu as tripas e, com algum azar, as hemorróidas?

E uma operação de urgência? Apendicite, ou assim... Aquilo dá-se-vos e vocês nem têm tempo de assegurar uma boa pedicure, uma depilação minuciosamente feita... Ainda por cima andaram a enfardar que nem animais na semana anterior e estão com um pneuzinho extra e tal... Entram no hospital e pumbas! Quando dão por vocês já estão metidos numa sala de operações tal como vieram ao mundo diante de um cirurgião todo charmoso. Bela caca, não é?

Já para não falar em candidíases e afins... Por mais que seja devida à roupa sintética, defesas em baixo ou coisa que o valha, aquilo não aumenta propriamente o encanto a ninguém. E mesmo que a coisa se desse, o que é que depois diriam aos futuros rebentos? "Ai, eu e o teu pai, foi tão lindo... Eu estava com um prurido tão intenso ali no rés-do-chão, fui à consulta e... Foi amor à primeira vista!" Baaaah....

Por isso eu sou defensora de que a aparência física devia contar na entrada para estas especialidades. Já bem basta uma pessoa estar doente, ainda tem de se sujeitar a estas situações... Está mal!

Letras musicais duvidosas - Capítulo 2

De cada vez que ouço a música "Anda comigo ver os aviões" não consigo deixar de pensar que o gajo está a gozar com os ouvintes naquela parte em que canta "E que eu morra aqui se um dia não te levo à América". Porque aquilo cantado soa a "Se um dia eu não te levo à meeeeeeeeeeeeer...ica".

As minhas amigas dizem que sou javarda e insensível e não sei quê mais. Pois. Eu digo que elas são umas ingénuas!

sábado, 5 de maio de 2012

O extraordinário metabolismo das personagens da saga Harry Potter

Eles não se levantam para ir buscar nada. Dizem "Accio" e aquilo que querem vem-lhes parar às mãos.
Eles não caminham. Materializam-se.
Até quando fazem desporto eles estão com o rabo colado a uma vassoura! Não se mexem! E que raio de desporto é aquele? Desporto implica suor e cheiro a cavalo! Aquilo é para meninos!

E posto isto, expliquem-me... Com tanto sedentarismo, como raio é que o Harry, a Hermione e companhia são todos tão magros? Hmmm? Dir-me-ão vocês "ah, isso é porque eles fazem magia para não engordar"... Pois, está bem. Eu também pensei nisso. Mas depois lembrei-me que a Molly Weasley é gorda. Porque é que ela não lança um feitiço a si própria para emagrecer, hein?
Por isso é que estes livros são pura ficção. Não é porque metem magia e dragões e unicórnios ao barulho. É por causa disto! 

E agora com licença, que há toda uma Queima das Fitas para ser vivida.