sábado, 12 de maio de 2012

Eeeeh pah, é que não há pachorra!...

Cada vez mais me acontece entrar em lojas e vir logo umas das meninas dizer "Boa tarde, precisa de ajuda?", sem sequer me dar tempo de pousar os olhos em algum artigo. Mas tudo bem, eu entendo, é a crise e se calhar ganham à comissão ou então só estão a cumprir ordens dos patrões. Esboço um sorrisinho e digo "não, obrigada" e lá vou eu ver o que há de giro por ali.
Já me irrita um bocadinho mais quando pego em alguma coisa para ver melhor e salta logo uma atrás de mim "aaah, essa peça é mesmo gira, a cor fica mesmo bem na sua pele!". 'Tá beeeenheeeee! Obrigadinha, filhota. Eu até podia pegar num chapéu em forma de ananás que tu dizias na mesma que eu ficava uma beleza. Mas tudo bem, eu entendo, devido aos motivos supracitados. Volto a abrir um sorriso assim a atirar para o amarelado e finjo que sou muda.
Finalmente, escolho qualquer coisa. Uns brincos (adoro brincos!) e dirijo-me à caixa para pagar. E tem-se tornado constante vir a funcionária opinar qualquer coisa como "devia levar aquele colar, fica lindamente com esses brincos". Digo que não, obrigada, só quero os brincos. "Mas se levar o colar os brincos têm 20% de desconto! E faz conjunto!" Eh pah, NÃO QUERO! Chatas, caraças! Mas tudo bem, mais uma vez reforço que entendo, toda a gente tem que ganhar a vida.
Agora, já há outras situações que ultrapassam as que referi e que fazem saltar a leoa enraivecida que há em mim. Ora, no outro dia estava eu e o meu namorado numa conhecida loja de roupa a procurar um fato para ele. Lá andámos a mexer e a pegar até que nos detivemos num. A menina na loja, que andava por perto, veio logo dizer que "esse é muito bonito!" (e eu lá fiz o meu sorriso amarelo). Entretanto decidimos que o tecido se calhar era demasiado brilhante e fomos ver outro, também muito giro. Estávamos os dois a comentar os prós e os contras de cada fato e no momento em que eu digo ao meu namorado "este é mais desportivo... O outro é mesmo próprio para cerimónias" a voz da gaja surge, do nada "pois, concordo consigo. O outro é mais limitativo. Com esse pode combinar o blazer com umas calças de ganga e umas sapatilhas e fica muito giro!". Ora então... Não só estava a ouvir a nossa conversa como ainda se achou no direito de se meter. E aí eu deixei os sorrisos de lado, fiz a minha cara número 23, que significa "com essa cor de cabelo achas mesmo que podes mandar palpites sobre o que é giro e o que não é?", seguida da cara número 9, que diz "e se te metesses na tua vidinha, hein?" e voltei a virar costas. Agora a sério, oh pessoas!... Se fizerem estritamente o vosso trabalho e bem feitinho já estão a desempenhar de forma perfeita a vossa função. Se eu quisesse a opinião de desconhecidos sobre aquilo que visto escrevia uma carta ao Cláudio Ramos. Ou então não...

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