quinta-feira, 17 de maio de 2012

João Manuel, meu rico menino!

Se uma pessoa vai sozinha num autocarro da rede pública de transportes da cidade, sem bateria no mp3 nem nada para fazer, das duas uma: ou pensa na vida, ou ouve as conversas dos outros. Como hoje estava demasiado calor para levar a cabo esse nobre acto de pensar sobre o que quer que fosse (o sol desnatura-me os neurónios), optei pelo segundo cenário. À minha frente duas senhoras conversavam sobre os respectivos filhos. E eis o que apanhei:
Senhora 1: Por acaso tenho muita sorte com o meu filho. Conta-me tu-di-nho! Eu sempre lhe disse "Oh João Manuel, a mãe perdoa-te as tuas asneiras, a mãe compreende, tu tens é que partilhar sempre com mãe, isso é que a mãe quer" e ele até pode fazer as asneiras, mas chega a casa e conta-me logo! Lá nisso não me posso queixar!
Senhora 2: Pois, graças a Deus! É o que se quer!

Pois claro. João Manuel, rapaz, tu vai em frente! Não importa se insultas a tua professora de Português duas vezes por aula, uma pessoa tem de descarregar o stress de alguma maneira, não é? Mas conta sempre à tua mãe, porque contar à mãe equivale à confissão com o Padre: limpa-te os pecados, João Manuel. E se por acaso algum dia te apetecer fumar um cigarrinho ou algo mais atrás do pavilhão da escola tu não hesites, João Manuel. Mas não te esqueças de filmar para mostrar à tua progenitora, ela quer saber aquilo que tu andar a fazer, cachopo! (E a senhora acredita mesmo que o filhote lhe conta tudo, tudinho? 'Taduxa...)

Não ouvi o resto das qualidades do João Manuel porque entretanto cheguei à minha "paraige". Mas gostei da viagem. É bom ouvir uma mãe a falar assim, orgulhosa e feliz, sobre o seu rebento.

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