domingo, 27 de maio de 2012

As potencialidades que outrora tive

Em época de exames há uma coisa que uma pessoa tem mesmo que fazer (e não, não são cábulas): arranjar um local confortável e sossegado para que o acto de queimar a pestana se torne mais suportável. Ou menos insuportável, como preferirem.
Eu, durante o fim-de-semana, moro num meio rural. Com "rural" quero dizer que no terreno atrás de minha casa há duas vacas a pastar... Acho que estão a ver a ideia. Mas é bom e eu gosto, sobretudo porque a poucos kilómetros temos a metrópole e dá para aliar o melhor dos dois ambientes. Mas continuando: no pátio das traseiras temos uma rede com almofadas que representaria o lugar ideal para eu me instalar com o meu mp3 e os meus apontamentos, se não fossem... As moscas. Montes delas. Esses seres feios, chatos e nojentos. Acho que prefiro aranhas a moscas!
Claro que, se eu tivesse seis ou sete anos, isto não constituiria qualquer problema, já que um dos meus passatempos favoritos era ajoelhar-me em frente à janela da sala e capturar toda e qualquer mosca que se aventurasse a passar por lá. Apanhava-as (devia ter um qualquer talento especial, elas não me escapavam!) e o que se seguia era um lento processo de tortura às bichinhas: primeiro, tirava-lhes uma asa. Lá ficavam as pobres a andar "de banda, como o Miranda" (sempre achei esta expressão fantástica!) tentanto desesperadamente voar. Depois, como isto não me chegava, arrancava a outra asa. "Ahahahaha, agora és apenas uma espécie de formiga em tamanho grande, minha bitch!", era o que eu devia pensar. Não contente com isto, ainda lhes arrancava as patas, uma a uma, numa maldade requintada, mas inocente. Eu pelo menos gosto de pensar que era inocente... Nunca fui criança de maltratar animais, as minhas vítimas eram apenas as moscas. Era tudo em prol da ciência, certamente. Era uma pequena bióloga!
Portanto, se ainda houvesse um "eu" em ponto pequeno cá em casa, não havia mosca que ousasse aproximar-se num raio de 20 km! Mas como entretanto cresci e aprendi os sítios pelos quais as moscas gostam de andar, deixei-me disso. Só vos digo que a criança que há em mim deve estar super decepcionada comigo...

1 comentário:

  1. Sim moscas bicho mais chato e burro e asqueroso. Nunca se topam, a gente tenta por fim à sua existência e não consegue mas elas voltam sempre. Credo!!! Mas entre aranhas e moscas suporto melhor as moscas, aranhas é que não!! :(

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