segunda-feira, 2 de julho de 2012

O dicionário português necessita urgentemente de um novo vocábulo!

Ora então daqui a nada estamos em Agosto, não é verdade? E o que é que isso significa? "Praia, sol, mergulhos", dirão vocês! E não se estão a esquecer de nada?... Ora pensem lá... Então, Agosto em Portugal é igual a... Emigrantes! Emigrantes everywhere!

Não tarda nada já estão eles a encher o areal, a malta olha para o lado e lá está aquela típica família, o pai barrigudo, com o seu imponente bigode (uma pessoa nunca deve esquecer as origens!) e um cordão de ouro ao peito, o filho com um penteado à CR7 deitado em cima de uma toalha com o desenho de uma gaja nua, a filha com um enorme e colorido piercing no umbigo e a mãe a correr atrás do puto mais novo enquanto grita "Jean Pierre, Jean Pierre, viens ici que te molhas". Os emigrantes são um ícone nacional, um ex libris das nossas praias, um símbolo tuga, qual galo-de-Barcelos. Verão não é Verão sem os nossos emigras e os seus tachos de arroz de frango nos pic-nic's à beira-mar.

Mas acontece que o mundo está em constante mudança e desde que a Troika se instalou e os políticos nos mandaram emigrar, a imagem do emigrante português está também a ficar alterada. Actualmente, o típico emigrante tuga é um jovem recém-licenciado, com uma mão segurando o Curriculum Vitae e a outra a tapar o que é possível, que da maneira que isto anda não há dinheiro nem para as cuecas. E após este momento de crítica social intensa, a questão que quero focar é: como é que uma pessoa agora vai distinguir os dois tipos? É que já não vamos poder olhar para o tal senhor do cordão de ouro e dizer para o nosso amigo "eh pá, este tem mesmo pinta de emigra", porque isso já não corresponde totalmente à realidade e uma pessoa tem de se adaptar aos tempos que correm!

Por isso, sou da opinião de que urge inventar um nome/termo/expressão que permita diferi-los. Até porque esse termo "emigrantes" vai-se tornar completamente generalizado, porque isso qualquer dia somos todos. E Portugal vai deixar de ser um país para se tornar uma estância turística para virmos todos passar as férias. E eu já decidi o nome que vou dar à minha filha quando for emigrante na Suiça: Melódie Andreia. Estou já a avisar para depois não me virem cá roubar a ideia!

Claro que podíamos dizer simplesmente "emigrantes tradicionais" e "emigrantes modernos", mas isso soa-me muito aborrecido! Estão a ouvir-me, senhores da Porto Editora e companhia? Vá, comecem lá a trabalhar nisso e não me façam esperar muito, que isto agora até Agosto é um saltinho. E não venham criticar a minha ideia, que se até já quiseram pôr a palavra (palavra?) "mudasti" no dicionário e até houve petições para isso, não percebo porque é que não hão-de levar a sério o meu pedido, que é muito mais pertinente. Vá, fico à espera!

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