domingo, 8 de julho de 2012

O dia em que descobri o significado da palavra "química"

Ou da ausência dela. E não, não é a química relativa às reacções, explosões, ácidos e bases. A outra!
Um belo dia, tinha eu os meus 15 ou 16 aninhos, um rapaz convidou-me para tomar café. E pronto, eu lá fui, que tomar cafés nunca tirou bocado a ninguém.
Cheguei ao local do encontro e aparece-me ele à frente, envergando uma daquelas camisas propositadamente engelhadas. E não, não estava engelhada por falta de ferro. Isso era mau, mas por uma vez até se perdoava. Era mesmo o tecido que era assim. Medonha! Era uma coisa que estava muito na moda naquele tempo, especialmente entre aqueles homens que gostam de ter os carros todos quitados, com um CD pendurado no espelho retrovisor e o cabelo todo lambidinho com gel. Por acaso ele nem era esse tipo de rapaz, caso contrário nunca teria aceitado tomar café com ele. Mas fui ao engano. Totalmente ao engano.
Dado que sou uma pessoa com uma certa dificuldade em disfarçar sentimentos (a minha mãe sempre me disse "filha, és tão expressiva"), devo ter ficado a olhar com ar horrorizado/surpreendido/incrédulo durante uns segundos para a dita cuja. Ele deve ter topado e tentou remediar a situação com a piada fatal: "Vendi o ferro para comprar a camisa! Ahahah!"
Minha gente, foi o fim da picada para mim. E tudo o que eventualmente pudesse ter surgido dali, naquele dia... Morreu. Paz à alma do possível romance que não chegou a nascer. Paz também à alma das camisas engelhadas, porque felizmente não voltei a ver homens a usá-las, pelo menos que me lembre. Abençoadinhos sejam!

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